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Faz hoje precisamente 874 anos que nasceu Portugal.
Este é, e será sempre, o meu 5 de Outubro. O meu, porque não me posso dissociar da minha Pátria. Portugal somos todos nós. Sem a sua existência, não existíamos como portugueses. Este é o ponto de partida para a reflexão que agora proponho.
São 874 anos de história. Confesso que me faz confusão que, numa data como esta, se possa esquecer, oficialmente, o nascimento da nossa origem, dos nossos genes ou da nossa história como Nação, em prol de um regime. Como pode um regime se sobrepor a uma nação?
Portugal é, mais que tudo, superior aos regimes. Eles são, ou deviam idealmente ser, vontade expressa do seu povo. Infelizmente, como sabemos, o mesmo não acontece em Portugal. A 5 de Outubro, mesmo com todas as dificuldades que a monarquia passava na altura, fez-se da vontade de uma minoria uma imposição à maioria. Passam hoje 107 anos desde essa data, e a imposição continua.
A República prefere superiorizar-se constantemente. Achando-se dona da verdade, impõe-se a si mesma a todos, impedindo que outra vontade possa ser expressa. Impôs-se sem se validar. Com isso, ela própria nega a sua essência. Se a República se legitima por votos, ela própria se deslegitima impedindo que os portugueses a validem. Ainda que possam existir os mais optimistas, a afirmar com convicção que a república se legitima nas urnas das Presidências, posso claramente afirmar que o Presidente da República é hoje aquele que é eleito por menos de metade do total do eleitorado. Essa minoria subdivide-se em facções. O Presidente de todos os portugueses é então eleito por uma subfacção proveniente de uma minoria. Qual a legitimidade? Qual a legitimidade do regime que constantemente se deslegitima, mesmo indo à sua essência, de se sobrepor ao que nos legitima a todos nós: Portugal, e o seu nascimento?
Porque Portugal é, e sempre será para mim, maior que tudo o resto, eu hoje dou vivas a Portugal! A minha Pátria que nos faz unos dentro de toda a nossa diversidade. Haverá maior grandeza do que essa?
Carlos Sá.
Fotografia de Nuno de Albuquerque Gaspar.
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